Perseguição a cristãos na Nigéria se assemelha a genocídio e limpeza étnica

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Os ataques de Fulani contra cristãos na Nigéria continuam (Portas Abertas)

“O assassinato em série e ataques de grupos extremistas islâmicos a cristãos é mais perigoso que o coronavírus”, disse um líder comunitário após um ataque à sua aldeia em abril, no qual uma mãe grávida e uma criança de três anos foram mortas.

Seu testemunho faz parte de um relatório do Grupo Parlamentar de Partidos do Reino Unido para a Liberdade Internacional de Religião ou Crença intitulado “Nigéria: revelando o genocídio” publicado em 15 de junho.

O relatório, resultado de uma investigação de um ano, destaca a complexidade de múltiplos conflitos que envolvem comunidades na Nigéria, nos quais os cristãos são expostos a extrema violência, incluindo assassinatos, saques e sequestros.

A mãe da adolescente sequestrada Leah Sharibu, Rebecca, disse aos parlamentares britânicos no lançamento online do relatório que “não se cansem ou desistam de nos ajudar”. “O cativeiro e o assassinato continuam”, disse Sharibu, exortando o governo do Reino Unido a “cobrar a responsabilidade das autoridades nigerianas”.

Leah, 17 anos, foi sequestrada pelo grupo radical islâmico Boko Haram que invadiu uma escola em fevereiro de 2018, levando a jovem e mais de 100 meninas para o cativeiro. Ao contrário de suas colegas, Leah não pôde voltar para casa, porque ela se recusou a renunciar sua fé em Jesus.

Limpeza étnica

Além do Boko Haram, os cristãos nigerianos têm que enfrentar a violência de pastores de cabras e agricultores da etnia Fulani, que matou e deslocou milhares de pessoas. A maioria deles são cristãos que vivem na região do Cinturão Médio da Nigéria, onde o norte predominantemente muçulmano e o sul cristão se encontram.

Embora as causas profundas da violência sejam complexas e muitas vezes disputadas, as comunidades locais dizem que o conflito não pode mais ser descrito como “confrontos entre Fulanis e cristãos”, pois os agressores estão bem armados e as vítimas enfrentam violência extrema.

Faces da Perseguição

As maiores vítimas da perseguição no país têm sido os órfãos e viúvas. Além de sequestrar mulheres e crianças, o Boko Haram deixa um rastro de morte de homens, principalmente líderes cristãos, por onde passam. Esse foi o caso da cristã Damaris. Seu esposo foi brutalmente assassinado durante um ataque do grupo em sua vila. Apesar de considerar esse o pior momento de sua vida, Damaris buscou a ajuda do Senhor e recebeu seu auxílio.

Durante esse período, a Portas Abertas a ajudou com as despesas da escola, roupas e fonte de sustento para a manutenção da família. “Eu fui realmente impactada. Por conta disso, fiquei alegre novamente. Deus usou a Portas Abertas para mudar a minha vida e dos meus filhos.” Damaris faleceu em 2018, após anos de uma luta contra o câncer.

Para ver o testemunho de Damaris e de outros cristãos perseguidos pelo mundo, você pode acessar o site da Portas Abertas e acompanhar a série de vídeos Faces da Perseguição, que a cada semana traz um cristão perseguido contando seu testemunho de fé e de como Deus o tem sustentado.